4.047 - O Bispo D. António e os autarcas da época.

O Major Machado era um militar. A pessoa mais indicada para "controlar" as povoações do Norte do concelho diante da controversa e trágica situação com a inundação das terras e da negação de outras recompensas, incluindo o desconforto com as expropriações tidas como verdadeiros actos de esbulho.

O presidente da Junta em 1950 defendia outra ideia turística. O mesmo - Acácio Prior - foi secundado mais tarde pelo irmão o médico e também oficial militar Gabriel Prior, da Matagosa, autor da carta lida ao presidente Esteves Pereira em 1973, ao defender outro desenvolvimento turístico que tardava em chegar ao Norte e à envolvente da albufeira.

Só que o presidente da Junta de 1950 saíu em 1951, sendo substituído por um fazendeiro que residia na Brunheta, muito ligado à família Moura Neves. O secretário era um grande proprietário das Fontes. O tesoureio era um comerciante de Carvalhal. Os adjuntos eram, um das Sentieiras e outro da Atalaia. O regedor era de Carvalhal e casado nas Sentieiras.

Portanto, ninguém ligado directamente à sede da freguesia - o Souto - esteve à frente da junta, entre 1950 e 1985. Sublinhe-se, que em 1985 a freguesia já teve um soutense, porque a partilha foi feita em três. Não admira, que ao menos após essa  partilha, ainda coubesse à sede Souto, a prerrogativa de poder ter finalmente, um dos seus moradores como presidente da junta.
Ao menos isso!
Ninguém nesses anos ocupou o cargo de presidente da Junta, na condição de natural ou residente na sede de freguesia propriamente dita. 

Pese o presidente de Junta de 1968 a 1974 ser da Maxieira e bem identificado com a sede de freguesia. Foi em 1970 que se construiu a sede da Junta no próprio Souto, o que diz bem da situação de desprezo com a sede de freguesia.

Fui eu, quem como presidente da Assembleia de Freguesia do Souto de 1979 a 1982, o único autarca ligado à sede da freguesia. E depois vereador em substituição, em 2002 e 2003.