Os portugueses acabam por se virarem para o sector informal da economia ( o biscate, a fuga aos impostos, os pagamentos por baixo da mesa) e associarem-se ao sector voluntário assente na dádiva da família, indo os filhos desempregados viver para casa dos pais, os avós a ficarem com os netos, cujos pais os retiraram do infantário. Com esta dinâmica muito própria das crises económicas, só se pode esperar uma queda das receitas dos impostos.
A troika e os nossos governantes não quiseram saber. Aliás, não surpreende que Bruxelas tivesse agora "acordado" para a urgência do desenvolvimento económico e do combate ao desemprego. Como sempre lá temos os mesmos do costume a correrem atrás do prejuízo...
«O ministro das Finanças está preocupado com a quebra das receitas do IRS e da Segurança Social. Com um desemprego galopante,(...) os cortes salariais nas empresas e o fim do 13.o e do 14.o mês para muitos trabalhadores, está cada vez mais difícil manter os níveis de receita fixados no Orçamento deste ano. As previsões das Finanças apontam para um crescimento de 2,9% nas receitas totais relativamente a 2011. Mas só no IRS e nas contribuições da Segurança Social a contabilidade pública regista uma quebra de 6,1% relativamente ao mesmo mês do ano passado.
Resultado: no IRS, em Janeiro, houve uma quebra de receita de 43,9 milhões de euros relativamente ao mesmo mês de 2011. No primeiro mês deste ano, as receitas deste imposto totalizaram 909 milhões de euros, contra os 952,9 milhões registados no mesmo período de 2011. Isto representou uma quebra de 4,5% nestes descontos, que recaem apenas sobre os salários dos trabalhadores, embora sejam retidos pelas empresas.
(...)Não raro o desfecho são insolvências judiciais – as insolvências dispararam 48% até Fevereiro deste ano.
Na Segurança Social, (...) quebra em Janeiro foi de 20 milhões de euros relativamente ao período homólogo do ano passado. A este decréscimo há que acrescentar que só nos dois primeiros meses do ano houve mais 60 mil pessoas a perder o emprego relativamente às previsões do executivo. Em Janeiro, as receitas baixaram para 1,272 milhões de euros, contra os 1,292 mil milhões contabilizados em período homólogo do ano passado, (...) quebra de 1,6%, quando o Orçamento do Estado projecta uma quebra de 0,5% para este ano.
A fotografia dos impostos indirectos também é a preto-e-branco. O executivo prevê um crescimento de 8,6% nesta rubrica durante este ano, quando no primeiro mês do ano a subida se ficou pelos 0,3%.
Outro dos pontos realçados no documento foi o cenário de desemprego crescente e já acima do previsto. A UTAO também alertou para a quebra nas “contribuições e quotizações (–1,6%)”, como para o já notório “aumento da despesa com prestações sociais”, +3,7% em Janeiro. Isto quando se espera que o desemprego ainda suba até 14,5%. “A deterioração do cenário macroeconómico representa, portanto, um risco para o cumprimento dos objectivos orçamentais”, conclui esta unidade de análise à execução orçamental.»
A troika e os nossos governantes não quiseram saber. Aliás, não surpreende que Bruxelas tivesse agora "acordado" para a urgência do desenvolvimento económico e do combate ao desemprego. Como sempre lá temos os mesmos do costume a correrem atrás do prejuízo...
«O ministro das Finanças está preocupado com a quebra das receitas do IRS e da Segurança Social. Com um desemprego galopante,(...) os cortes salariais nas empresas e o fim do 13.o e do 14.o mês para muitos trabalhadores, está cada vez mais difícil manter os níveis de receita fixados no Orçamento deste ano. As previsões das Finanças apontam para um crescimento de 2,9% nas receitas totais relativamente a 2011. Mas só no IRS e nas contribuições da Segurança Social a contabilidade pública regista uma quebra de 6,1% relativamente ao mesmo mês do ano passado.
Resultado: no IRS, em Janeiro, houve uma quebra de receita de 43,9 milhões de euros relativamente ao mesmo mês de 2011. No primeiro mês deste ano, as receitas deste imposto totalizaram 909 milhões de euros, contra os 952,9 milhões registados no mesmo período de 2011. Isto representou uma quebra de 4,5% nestes descontos, que recaem apenas sobre os salários dos trabalhadores, embora sejam retidos pelas empresas.
(...)Não raro o desfecho são insolvências judiciais – as insolvências dispararam 48% até Fevereiro deste ano.
Na Segurança Social, (...) quebra em Janeiro foi de 20 milhões de euros relativamente ao período homólogo do ano passado. A este decréscimo há que acrescentar que só nos dois primeiros meses do ano houve mais 60 mil pessoas a perder o emprego relativamente às previsões do executivo. Em Janeiro, as receitas baixaram para 1,272 milhões de euros, contra os 1,292 mil milhões contabilizados em período homólogo do ano passado, (...) quebra de 1,6%, quando o Orçamento do Estado projecta uma quebra de 0,5% para este ano.
A fotografia dos impostos indirectos também é a preto-e-branco. O executivo prevê um crescimento de 8,6% nesta rubrica durante este ano, quando no primeiro mês do ano a subida se ficou pelos 0,3%.
Outro dos pontos realçados no documento foi o cenário de desemprego crescente e já acima do previsto. A UTAO também alertou para a quebra nas “contribuições e quotizações (–1,6%)”, como para o já notório “aumento da despesa com prestações sociais”, +3,7% em Janeiro. Isto quando se espera que o desemprego ainda suba até 14,5%. “A deterioração do cenário macroeconómico representa, portanto, um risco para o cumprimento dos objectivos orçamentais”, conclui esta unidade de análise à execução orçamental.»