O PUT e o facto deste instrumento de ordenamento da freguesia ter em sete anos de vigência gerado apenas 200 licenciamentos, com cerca de 20 construções novas e o restante, em ampliações, restaurações e pedidos de informação prévia, muitos com respostas pouco aliciantes, em resultado desses números, se mostraram bastante exíguos. Com efeito, depois de tanta propaganda com o PUT, eis que a montanha pariu um rato: uma média anual de três construções novas, e de meia dúzia de ampliações e restaurações de prédios antigos não convence ninguém da bondade do PUT.
Amanhã dia 13, vai haver a apresentação da proposta de Revisão elaborada pelos mesmos técnicos da autarquia, que estiveram estes últimos sete anos, sem mexer uma palha. Só por mero acaso, é que se poderia esperar daquela gente, alguma proposta decente. No limite, insistir na revisão de algo que não serviu para nada, não merecia sequer o trabalho que se vai apresentar amanhã. Pura perda de tempo.
Talvez que ninguém lá vá protestar, e tudo fique como dantes.
Nesse sentido, não deixa de ser surpreendente que o quinzenário "Abarca" tenha escolhido para manchete, um pequeno jogo especulativo sobre a extinção, redução e agregação de freguesias.
E no caso de Abrantes, o texto deixa uma mão cheia de nada. Todavia, o suficiente para deixar para trás a discussão sobre o PUT e o PUP.
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Para onde vão os fregueses? - perguntava a ABARCA em manchete. |
Para onde é que vão? Vão para casa e de caminho passam pela igreja, pelo menos ao domingo, ou quando um familiar morre, pois a morte é o que todos temos mais garantido, nesta vida que ainda nos resta.
Com uma foto sugestiva, a ABARCA, enquanto perguntava "para onde vão os fregueses", sempre mostrava uma católica praticante ajoelhada no banco da Igreja, rezando a Deus por melhores dias.
O texto, esse deixou sobre o concelho de Abrantes este parágrafo especulativo e pouco esclarecedor:
«Em Abrantes, o único concelho que terá redução de 50% de lugares urbanos, ou
seja, terá uma área urbana com o máximo de três freguesias, uma possibilidade
será a manutenção de Tramagal e a agregação de São João com São Vicente e
Alferrarede e a junção do Pego com Rossio ao Sul do Tejo. Ainda em Abrantes, a
redução de 25% para as restantes freguesias impõe um máximo de dez nas zonas
rurais. Para tal, e tendo em conta as que não cumprem os requisitos mínimos, a
possibilidade pode passar pela fusão das freguesias de Aldeia do Mato com
Martinchel, Souto com Fontes e Vale das Mós com São Facundo.»