Quando o "PUT" fixou o limite de densidade de 5o FOGOS por hectare estariam os socialistas e toda a oposição que o aprovou, a temer que os 288 hectares dentro do seu perímetro aedificandi poderiam gerar uma Vila com 14.400 fogos onde se albergassem mais de 43 mil habitantes ultrapassando assim, o resto do concelho?
Só um receio dessa natureza poderá explicar este tipo de limitações à densidade, que de tão espartano acabou mesmo por não cativar uma única tentativa de empreender uma urbanização, nestes sete anos que já leva o PUT.
Convirá sublinhar outra peculiar situação decorrente dessa densidade de 50 fogos por hectare, que podendo implantar esses 50 fogos em seis lotes com 16 metros de fachada e 12 metros de empena, mais uma rua longitudinal de 100 metros por 12 metros de largura, o que somando tudo nesse quadrado do hectare, uma parcela de 25 metros, qualquer coisa como um quarto do hectare, sempre deixava 3/4 do hectare livre: 7.500 m2.
Como um campo de futebol cabe em 5.000 m2 ( 50 m x 100 m), ainda sobravam 2.500 m2 para bancadas e parqueamentos.
Agora digam lá para que raio haveria a Câmara Municipal de reter 7.500 m2 em cada 10.000 m2 ( um hectare), se já fechou todas as escolas isoladas, resumindo tudo num Centro Escolar novo e não se sabe quando abrirá mais algum Posto Médico, num concelho onde os ditos tendem a fechar por falta de médicos de família, e onde ainda se fala em encerramento de colectividades e associações, e bem assim, do Posto dos CTT, do Mercado Diário?!
No limite desta hipótese académica levada ao absurdo, de por cada hectare urbanizado a Câmara Municipal ficar com o terreno no domínio público, para um novo campo de futebol, para que raio os tramagalenses quereriam ou precisariam de 288 campos de futebol, tantos quantos os 288 hectares passíveis de urbanizar em toda a Vila.
Mais caricata ainda se torna esta hipótese académica, quando se sabe que o actual campo de futebol é uma espécie de "concessão de favor" de um proprietário particular, que mal o TSU parar por dois anos a sua actividade futebolística, logo o campo irá reverter para a posse do seu verdadeiro e efectivo dono.
Na soberba do PUT, em 288 hectares não sobrou um espaço em definitivo para ficar sempre como campo de futebol da Vila. Todavia, é o mesmo PUT quem "reserva" em cada um dos 288 hectares do espaço aedificandi , o terreno suficiente para albergar um campo de futebol e respectivas bancadas ou pista de atletismo envolvente.
Sabia-se que o futebol teve grandes tradições no Tramagal. Porém não se esperava tanta soberba, vinda do lado do executivo municipal.
Um país com autarquias destas não vai longe. Está à vista!