4.762 - O despacho precipitado do governo ainda vai render "indemnização para o " barão Vermelho"

Pela primeira vez, nestes últimos 3 anos, estou mais inclinado a dar razão ao "Barão Vermelho". Numa coisa parece estar a ser sincero: não recebeu nenhum dinheiro. Da CMA, pagou o terreno com "desconto" de 800 mil euros, o que significa que comprou e pagou, pese o tal "desconto"; taxas e isenções teve as normais para os PIN; dos 127 milhões o Basílo Horta nunca abriu os cordões à bolsa, logo pouco ou mesmo nada recebeu. Na volta o "Barão Vermelho" ainda acaba por exigir uma "indemnização" pela precipitação e pela confusão do despacho, que os media, mais uma vez não souberam descodificar e tornar perceptivel. Alguém está a laborar em erro. É que em matéria de atrasos e volte-faces, os contratos com as empresas mineiras têm sido mais desastrosas do que este projecto. Gostava de ter visto o governo a tomar outra iniciativa - não propriamente a ir falar com os angolanos, mas ao menos a falar com os chineses da REN ou da EDP, uma vez que esta é uma área das energias alternativas, que os atrai imenso. Ora não vi nada disso. A menos que os chineses queiram ir "adquirir" os despojos do leilão judicial ou fiscal. Uma coisa é certa, se o " Barão Vermelho" tivesse recebido fundos ou subsídios, o governo só tinha que intentar uma acção no Ministério Público, por posse ilegítima de dinheiros públicos ou desvio danoso de fundos. Se alega que o Barão não cumpriu o contrato, porque espera então? Ou será que não recebeu mesmo nada e o governo só está a aproveitar a ocasião, para anunciar um "corte" nas despesas com a ajuda dos tais 127,9 milhões contratualizados?