E não é que só alguns - bem poucos - é que o escutavam...
Como é que tantos puderam fazer-se desentendidos?
Porque os portugueses estavam - e continuam a estar - mal informados, e pior do quye isso, a não quewrerem procurar a verdade dos factos. E como não há maior cego do que aquele que não quer ver, o país não irá longe, com esta"nomenclatura política ou administrativa". Vem nos livros... que poucos ainda lêem.
Vale a pena ler estes excertos, dessa entrevista:
«O que aconteceu em termos económicos, em Portugal, a seguir ao 25 de
Abril? Tivemos uma revolução comunista que destruiu a quase totalidade
da economia e do sector financeiro, o que anulou os centros de
racionalidade económica do país. Tentámos depois encontrar uma solução
que foi a de apoiar o sector exportador existente, com segmentos muito
modestos, como o calçado, as madeiras e o vestuário, que conseguiram
aumentar as exportações e segurar a balança das transacções correntes.
As remessas dos emigrantes deram uma contribuição decisiva, levando
nalguns anos a poupança nacional acima dos 20% do PIB.
(...)
Como não se resolveu o modelo, ia-se desvalorizando a moeda para
manter a competitividade externa. Quando entrámos na Comunidade Europeia
éramos, numa comunidade relativamente fechada, os fornecedores dos
artigos mais baratos. Essas exportações e os fundos da União Europeia
levaram os governantes da época – o prof. Cavaco Silva – a pensar que
tinham descoberto o segredo do futuro, pois que, sem mexer na herança da
revolução, iam assegurando crescimento através do financiamento
comunitário de infra-estruturas. Já a minirrecessão de 1993 mostrou que
havia dificuldades. A seguir aconteceram coisas decisivas. Ainda durante
o tempo de Cavaco, a queda do Muro de Berlim e a já previsível abertura
da UE a Leste levou-me a prever que uma parte dos fundos comunitários
passaria a dirigir-se para aquela zona e que esses países atrairiam
investimento estrangeiro que deixaria de vir para cá. E que se
transformariam em concorrentes temíveis nalguns sectores, como
aconteceu, por exemplo, no sector automóvel. Sempre avisei os sucessivos
primeiros- -ministros disso. Tinha sido a altura de prever que o modelo
que nos tinha levado à adesão já não servia para o futuro.
jornal i- Como insere o papel do eng.º Guterres nessa sucessão de tiros ao lado?
Foi a convicção do eng.º Guterres de que podia aumentar a despesa
pública quase sem limites, aproveitando a folga da baixa das taxas de
juro, que nos levou à crise actual. Ou seja, em vez de aproveitar a
baixa das taxas de juro para reequilibrar o défice do Estado, aproveitou
essa folga para gastar noutras áreas que nem eram reprodutivas
directamente nem melhoraram substancialmente, como era necessário, a
qualificação profissional do país. A manutenção de incentivos fiscais e
de subsídios às taxas de juro para compra de habitação, para sustentar a
construção e a especulação imobiliária, e a redução dos horários de
trabalho para 40 horas sem correcções salariais foram dois dos seus
maiores erros. Achou até que se podia criar emprego social sem qualquer
preocupação com a sua sustentabilidade futura.
Entretanto, os
países mais competitivos da Europa e os Estados Unidos colaboraram para
abrir à China a Organização Mundial do Comércio, tendo um efeito
catalisador da globalização já em curso por via do desenvolvimento das
telecomunicações e das facilidades de transporte de pessoas e
mercadorias. Os efeitos excederam largamente as previsões, mais uma vez
para o mau e para o bom.» entrevista de Pedro Ferraz da Costa ao "i"
Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
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INICIADO em 27.10.2007