Diante da proposta de um investidor experimentado, em avançar com centenas de milhões de euros e com a criação de 1.900 novos postos de trabalho, qualquer câmara municipal ou negociador público tinha que aceitar ler o texto, inevitavelmente, formulado por esse investidor. Nem outra coisa era de esperar.
Esta constatação, arrasa por completo todo o escabeche argumentativo e hilariante dos vereadores do PSD, quando dizem :
«Já sabemos que o protocolo não foi redigido pelos funcionários do município.
Resta, então, três hipóteses:
(a) O protocolo foi elaborado (ou teve a participação) de advogados contratados pelo município que não souberam acautelar os interesses deste, o que não pode deixar de ter consequências, designadamente que o município os volte a contratar ou a manter os seus serviços, caso seja esta a situação;
(b) O presidente da câmara, apesar de ter sido esclarecido pelos advogados da importância de manter a cláusula de reversão, mandou-a retirar, que seria gravíssimo.
(c) O protocolo foi elaborado pelos advogados contratados pela RPP Solar.
Esta última hipótese revestiria uma tal gravidade, tendo em conta o que indiciaria, que nos recusamos sequer a aceitar que possa ter ocorrido.»
Os vereadores do PSD querem-nos fazer crer que nunca teriam aceite a concessão de um terreno por parte da câmara, nem nunca teriam ido à procura de um terreno, para nele instalar um investimento dessa grandeza, de centena de milhões de euros e de 1.900 novos postos de trabalho?Não brinquem com os municípes, senhores vereadores do PSD.
É por serem tão maus vereadores, que a actual presidente da concelhia PSD até se acha legitimada para escolher uma fraca figura sem perfil, para se candidatar à câmara em 2013. A pobreza só atrai pobreza...
É por serem tão maus vereadores, que a actual presidente da concelhia PSD até se acha legitimada para escolher uma fraca figura sem perfil, para se candidatar à câmara em 2013. A pobreza só atrai pobreza...
Anote-se, que o PSD votou favoravelmente esse mesmo protocolo em 2009, no executivo municipal e na assembleia municipal.
Haveria alguma utilidade prática e alguma seriedade, por parte do executivo municipal, em 2009, em saber quem foi o autor dos termos da proposta de investimento - se advogados da RPP Solar ou outros - e com base nesse desconhecimento se recusar a aderir a um investimento deste montante?
O problema nunca esteve na ausência de uma cláusula de reversão da posse do terreno, quando aquele terreno não valia para mais nada, que não fosse para pastagem ou para deixar crescer pinheiros e eucaliptos. E a tão propalada "reversão" seria uma carga de trabalhos para a autarquia. Mesmo libertando-se do ónus dos pavilhões construídos, que não pagam os custos devidos aos empreiteiros, aquele terreno está muito longe de gerar rendimentos para ser explorado pela autarquia, que de resto, nem tem vocação ou meios para o fazer.
Deixem-se lá de tretas, senhores vereadores do PSD. E consintam, assumidamente, no óbvio: deixaram-se todos levar pelo "conto do vigário".