Ressalta dessa triste omissão um sinal claro, de que o bem estar das populações do concelho pouco contou
E que dizer da falta de visão estratégica municipal, da falta de sentido da valorização do concelho, colocando essa prerrogativa no cabeçalho dos motivos apelativos do concelho. Ter água em abundância é nos tempos que correm, o maior atractivo de qualquer concelho.
Mas há quem ache que bastam umas tigeladas e a palha de Abrantes, e os milhões da CE...
A candura municipal está bem espelhada neste texto atabalhoado do Mirante:
« A Câmara de Abrantes adjudicou esta quarta-feira, 29 de Outubro, a primeira fase do processo de construção do sistema que vai permitir que todo o concelho venha a ser abastecimento com água da albufeira de Castelo do Bode. Este processo representa um investimento global de cerca de dez milhões de euros, que se prevê que esteja concluído em 2020.
Com 19 freguesias, e com cerca de 40 mil habitantes, apenas a zona norte do concelho de Abrantes é actualmente abastecida a partir da maior albufeira de Castelo do Bode, que abastece também a população de Lisboa, à excepção das freguesias de Mouriscas, Fontes e Carvalhal.
A primeira fase dos trabalhos tem um prazo de execução de seis meses para a instalação de condutas ao longo de uma distância de cerca de cinco quilómetros.»
A notícia em si é uma tontice pegada, quando diz que "apenas a zona norte do concelho é abastecida pela água da albufeira do Castelo de Bode". Sejamos claros, a água do Castelo de Bode só chega às freguesias de Martinchel e à metade da União de Freguesias de Aldeia de Mato e Souto mais concretamente, por Aldeia de Mato, Bairros, Carreira de Mato e Cabeça Gorda, onde está a captação, desde 2001. Estes últimos 12 anos andaram a fazer o quê?
NADA!!!
Souto a 5 kms, Carvalhal a outros 5 kms e Fontes a seguir a 10 kms de Carvalhal, somam logo 20 kms de percursos. Logo, a primeira fase dos primeiros 5 kms é para ligar quem a quem?!
Será para descer da Pucariça a Rio de Moinhos?
Será para descer do Alto da Chainça aos Casais de Revelhos?
Ou é para vir às Barreiras do Tejo, buscar o ramal para o Rossio, o Cabrito e o Pego?!
Mas com tantos anos de "parceria" com a Abrantáqua que dizia investir 37 milhões, nem o projecto está elaborado?
Convenhamos, que Castelo de Bode já leva 63 anos de existência, e só agora é que começam a falar de coisas sérias e tão essenciais à vida do concelho de Abrantes?
Nos idos de 1975, nem a captação para a cooperativa de rega do Souto queriam aprovar em Abrantes. Foi preciso eufaslar grosso ao Engº Bioucas, de que lá no Souto havia muitos caçadores e muita coragem para levar a obra particular por diante, sem a licença camarária. E lá aprovaram a obra, logo ali no papel à minha frente...!
Nos idos de 1975, diziam em Abrantes que havia muita água no rio Tejo... Tiveram foi azar com os furos no Tainho, que davam mais nitratos do que água...!!!
Quanto custou esta longa espera de 63 anos? Há coisas que não se entendem. Mas continua muito boa gente, a dormir descansada e de olhos fechados. Têm o que merecem...